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Anatomia

 

 

A coluna vertebral tem a importante função de sustentar o homem em posição ereta, constituindo-se no principal eixo do corpo humano, recebendo a maior parte do peso e projetando a sua carga nos membros inferiores.

 

A coluna vertebral compreende todo o envoltório ósseo - as vértebras, separadas por um tecido fibrocartilaginoso - os discos intervertebrais, os ligamentos e os músculos, que protegem um tecido muito delicado - a medula espinhal, por onde passam os impulsos nervosos provenientes do cérebro para o tronco e membros.

 

Da medula saem as raízes nervosas e os nervos que levam as informações para os músculos, pele e órgãos internos. As doenças que acometem a coluna vertebral podem afetar a medula espinhal, as raízes nervosas e os nervos, e muitos dos seus sintomas são explicados por esse fato. O contrário também é possível, com as doenças da medula espinhal e das raízes nervosas gerando deformidades na coluna. Em ambas situações, faz-se necessária avaliação especializada.

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Figura 1 - A coluna vertebral em perfil.

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Figura 2 - A coluna vertebral e suas tres grandes curvaturas. 

A coluna possui sete vértebras cervicais (C1-C7), doze torácicas (T1-T12), cinco lombares (L1-L5), cinco sacras fundidas no osso sacro (S1-S5) e cinco coccígeas residuais. Entre as vértebras, nas regiões cervical, dorsal e lombar, existem os discos intervertebrais em um total de vinte e três.

 

Normalmente, a coluna vertebral apresenta três curvaturas. Nas regiões cervical (A) e lombar (C) ocorrem as chamadas lordoses - curvaturas com convexidade anterior; e na região torácica (B) ocorre a cifose - aquela com concavidade anterior.

 

É possível notar-se que o tamanho do corpo vertebral aumenta á medida que a carga de peso também aumenta. Desta forma, as vértebras cervicais que sustentam a cabeça e o pescoço são menores que as vértebras inferiores que sustentam a metade superior do corpo.

 

Existem cinco tipos de vértebras classificadas de acordo com a sua localização: cervical, torácica, lombar, sacra e coccígea.

 

Em geral, as vértebras cervicais dorsais e lombares têm aspectos anatômicos em comum. Estes elementos são o corpo vertebral e o arco formado pelas lâminas pedículares e processos espinhais transversos.

O corpo vertebral é o componente mais anterior da coluna, apresentando um aspecto de cilindro achatado com uma superfície plana superior e uma inferior chamados platôs vertebrais. Entre estas faces planas encontram-se os discos intervertebrais, que são porções discóides de tecido fibrocartilaginoso e que fazem a ligação entre os corpos vertebrais.

 

A estrutura dos discos costuma sofrer alterações degenerativas precoces na vida adulta e é um dos principais causadores de dores na coluna. Esta estrutura consiste de um anel fibroso que circunda uma substância gelatinosa chamada núcleo pulposo. O anel fibroso pode apresentar enfraquecimento e ocasionar a chamada hérnia de disco intervertebral, com conseqüente compressão de raízes nervosas, ocasionando dor e déficits neurológicos.

 

As vértebras também têm um componente ósseo posterior em forma de arco. Esse arco unido com o corpo vertebral delimita o canal vertebral, onde transitam a medula espinhal e as raízes nervosas. Com a justaposição das vértebras para formar a coluna vertebral, os forames vertebrais originam o local de saída das raízes nervosas.

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Figura 3 - Desenho do disco intervertebral e do corpo da vértebra visto de cima (axial)

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Figura 4 - Detalhe da coluna, evidenciando duas vértebras lombares separadas pelo disco intervertebral, em flexão e extensão

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O arco posterior é formado pela lâmina e eminências ósseas. As eminências laterais chamam-se processos transversos e a eminência medial é denominada processo espinhoso. Os processos espinhosos são visíveis à inspeção da região dorsal e podem ser palpados com facilidade na maioria das vezes.

 

Ligando a lâmina ao corpo está uma ponte óssea chamada pedículo, entre os quais encontram-se os forames vertebrais ou de conjugação. Das lâminas partem os processos articulares superiores e inferiores, os processos transversos e o processo espinhoso.

Além dos discos intervertebrais, as vértebras, ao longo de toda a coluna vertebral, estão unidas por diversos ligamentos que se inserem nos corpos vertebrais nas apófises e lâminas. Existem também ligamentos que unem o crânio às primeiras vértebras cervicais e as vértebras lombares inferiores e sacro aos ossos da bacia.

 

 

Os principais ligamentos da coluna vertebral são:

 

- Ligamento longitudinal anterior;

- Ligamento longitudinal posterior;

- Ligamento amarelo;

- Ligamento supraespinhoso.

Figura 5 – Desenho de vértebra lombar evidenciando o arco posterior, formado pela lâmina e eminências ósseas

Figura 6 - Desenho da coluna lombossacra, mostrando os ligamentos estabilizadores anteriores e posteriores

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Diferenças entre as vértebras

 

Existem diferenças entre as vértebras de diferentes níveis. As vértebras cervicais têm os corpos menores e, nos seus processos transversos, há um forame onde transita a artéria vertebral, que se dirige à porção posterior do cérebro. Os processos espinhosos da região cervical têm duas proeminências chamadas tubérculos. O forame do processo transverso, onde passa a artéria vertebral, somente ocorre nas vértebras cervicais.

 

 

Na região torácica as vértebras, além de articularem-se com as vértebras vizinhas, também apresentam superfícies articulares para as costelas. Essa articulação é muito importante para a formação da caixa torácica. São as articulações das facetas articulares com as costelas que caracterizam as vértebras torácicas.

 

 

Os corpos vertebrais vão ficando maiores à medida que se desce de nível até encontrar-se com o osso sacro. Na região lombar os processos espinhosos têm uma orientação mais horizontalizada em relação aos níveis acima onde eles apresentam uma inclinação para baixo.

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Figura 7 - Vértebra cervical

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Figura 8 - Vértebra torácica

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Figura 9 - Vértebra lombar

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Figura 10 - Atlas (vista superior)

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Figura 11 - Áxis (vista posterior)

Vértebras atípicas - Atlas e Áxis

 

Além das vértebras típicas é possível encontrar-se situações especiais. Na região cervical as duas primeiras vértebras têm características diferentes. A primeira vértebra, chamada Atlas, sustenta a cabeça. No seu formato existem duas massas ósseas laterais unidas por um arco ósseo anterior e posterior. Ela está ligada ao osso occipital através de duas articulações condilares. As articulações estão situadas nas massas laterais. Essa articulação é limitada, porquanto pouco movimento pode-se obter a partir dela.

 

A outra vértebra cervical atípica é chamada Áxis, porque apresenta uma proeminência óssea que funciona como um eixo. Este processo chama-se odontóide e liga-se ao Atlas através de uma articulação tipo trocóide ou pivô. O processo odontóide firma-se junto ao Atlas na sua porção anterior através de ligamentos firmes, os ligamentos trapezóides e alares. Tanto C1 quanto C2 possuem os forames nos processos transversos para as artérias vertebrais.

 

A particularidade desse tipo de articulação é que ele permite amplos movimentos de rotação da cabeça graças a presença desse eixo ósseo central. Além da porção do odontóide, a segunda vértebra (Áxis) tem um formato parecido com as demais vértebras cervicais. É comum em traumatismos da coluna que ocorra a separação, por fratura, do osso odontóide do corpo do Áxis. Essa situação pode ser grave quando provoca deslocamento e compressão da medula espinhal.

Sacro e cóccix

 

Já na região sacra, as vértebras também têm suas características atípicas. Habitualmente, cinco vértebras sacras estão fundidas em um osso grande e compacto chamado sacro. Esse osso ainda tem um canal raquiano no seu interior (canal sacro), mas os corpos vertebrais e lâminas estão fundidos.

 

O sacro tem um formato com uma curva de concavidade anterior e contribui para a formação do limite posterior da cavidade pélvica. Existe uma angulação acentuada, que a coluna sofre na junção entre a última vértebra lombar e o sacro, chamada de promontório.

 

Nas faces pélvica e dorsal existem quatro pares de forames. Na extremidade inferior da face externa existe um orifício em forma de "v" invertido, chamado hiato sacro que corresponde ao fim do canal vertebral.

 

Da mesma forma, quatro ou cinco vértebras coccígeas estão fundidas em um pequeno osso residual no homem, sem a formação de um canal central, chamado de cóccix.

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Figura 12 - Sacro (vista posterior)

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Figura 13 - Cóccix

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