Desnervação Facetaria
Lesão por Radiofreqüência
Lesão por radiofrequência é uma técnica utilizada, na maioria dos casos, para tratamento de patologias dolorosas que não respondem aos métodos tradicionais.
O procedimento em questão é realizado através de um aparelho gerador de radiofrequência (Fig.1), ligado a um microeletrodo em ponta de agulha (Fig.2 e 3), que produz uma lesão térmica nos nervos responsáveis pela condução do estimulo doloroso.
No que diz respeito ao tratamento das dores da coluna vertebral, este método pode ser indicado na doença degenerativa das articulações vertebrais, comumente denominado, desnervação facetaria.
Figura 4 - Controle Raios X - TV
Rotinas da Desnervação Facetária
Realizado em bloco cirúrgico, ambiente de grande assepsia (esterilidade), exige uma série de preparos, tanto por parte da equipe médica como do paciente, sendo necessário o cumprimento de jejum, previamente ao procedimento.
O paciente é posicionado em decúbito ventral (de bruços), em mesa cirúrgica especial, seguido da colocação de campos cirúrgicos esterilizados e anestesia local, nos pontos de entrada das agulhas, com pequena sedação pelo anestesista.
Figura 1 - Aparelho de Radiofrequência
Figura 2 - Agulha radiofrequência
Figura 3 - Agulha e eletrodo
Desnervação Facetária
Desnervação facetaria é um procedimento ambulatorial, mas, realizado em bloco cirúrgico, sob controle por Raios-X TV (Fig.4), e consiste de uma lesão térmica por radiofrequência, aplicada em pequenos nervos sensitivos das articulações envolvidas, responsáveis pela geração e transmissão dos estímulos dolorosos persistentes, com consequente alivio da dor.
Neste procedimento, não são envolvidos nervos motores ou sensitivos dos membros, pois, é realizado fora do canal raqueano, sob anestesia local e sedação leve, somente através de agulhas, não envolvendo incisões (cortes, pontos, etc.) e acompanhado por anestesista.
Aproximadamente 70 a 80% dos pacientes se beneficiam com a realização do procedimento.
Durante o procedimento, o paciente pode vivenciar algum desconforto, no momento da realização da anestesia local e do procedimento em si, totalmente tolerável e minimizado pela pequena sedação realizada pelo anestesista.
A colaboração do paciente é fundamental, para o correto posicionamento dos eletrodos, sendo necessário responder claramente algumas questões formuladas pelo médico, no transcorrer do procedimento.
Com a ajuda do aparelho de Raios-X – TV, o médico posiciona as agulhas guias e os eletrodos em local exato e procede a um evento teste - caso o paciente acuse qualquer sensação desagradável (formigamentos, dores que se prolongam até o pé/mão, por exemplo), o eletrodo é reposicionado.
Não existindo quaisquer sensações desagradáveis, é realizada a radiofrequência definitiva (Fig. 5), em tantos níveis dolorosos, quanto necessários.
Após o procedimento, é colocado um pequeno curativo no local de entrada das agulhas, o que encerra o atendimento.
Alguma sensibilidade local poderá ser sentida na região tratada, após o procedimento, porém, seguida de orientações claras e prescrição medicamentosa, quando da alta hospitalar.
Figura 5 - Procedimento
Precauções e riscos
Todo o procedimento invasivo ao corpo humano, carrega em si, uma série de riscos, os quais, para minimizá-los, são tomadas uma série de precauções, apresentadas e elucidadas, a seguir.
Ambiente de bloco cirúrgico, para reduzir taxas de infecção; controle de Raios – X, para o correto posicionamento de eletrodos; testes de estimulação nervosa, para que não sejam atingidos nervos motores importantes das extremidades e, sim, somente pequenos nervos sensitivos das articulações.
Se o paciente está utilizando medicamentos anticoagulantes, não deverá realizar o procedimento, mas, consultar seu médico clínico, para providenciar a parada do medicamento por, aproximadamente 10 dias, previamente ao procedimento.
Em algumas circunstancias, serão realizados bloqueios diagnósticos, para verificar se o paciente pode ou não ser candidato ao procedimento.
Figura 6 - Ambiente de trabalho
Retorno ao Trabalho
A desnervação facetária não é um tratamento limitante para as atividades laborais, podendo o paciente, com brevidade, retornar às atividades normais.
Quem se beneficia com o procedimento?
Pacientes com dor lombar crônica de causa degenerativa facetaria, refratária aos tratamentos convencionais e responsiva aos bloqueios anestésicos.